A República Velha, se deu entre final do século XIX e início do século XX. Foi um período incerto para o país, marcado por diversas revoltas sociais, do campo à cidade, e deixou evidente uma triste desigualdade presente no Brasil daquele período.
domingo, 10 de junho de 2012
Era da Coisificação
No dia 17 de maio de 2012,
assistimos a uma palestra no colégio “Univap”, quem nos dirigia a palavra era a
ilustre Sandra
Maria Fonseca da Costa, vice-reitora. Falava-nos da Segregação Socio-Espacial e
o Caso do Pinheirinho, desde a formação das primeiras cidades, como surgiram,
até a era atual, citando vários autores que comprovaram a credibilidade de suas
colocações. Chamou-nos a atenção para um fato, quando disse, em outras
palavras, que a revolta dos excluídos traz como consequência os movimentos
sociais, mas quando há união entre eles. Realmente, é o que falta em tudo o que
fazemos e vivemos. Embora seja uma simples comparação, é interessante que a
façamos: traçando um paralelo entre o filme “2019, o Ano da Extinção” e a situação
do Pinheirinho que presenciamos há pouco tempo, pode-se ver uma semelhança
óbvia, talvez ignorada. No primeiro caso, o drama é o seguinte: a matéria-prima
não é retirada da natureza, mas sim do ser humano. É sangue. As pessoas não se
importam com outrem, umas buscam sobreviver e sugam todas as vidas possíveis e
outras não se importam com isso, pelo contrário, lucram. Já, no segundo, o
problema é real, mas não menos dramático. Inocentes e culpados, pobres e
aproveitadores, adultos, idosos e crianças. Todos são uma coisa só: os
moradores ou ex-moradores do Pinheirinho. Eu digo coisa, não porque eu concorde
ou queira ser enfática em minha opinião, até porque não vem ao caso discutir se
a reintegração de posse foi algo bom ou ruim e se somos contra ou a favor a este
ato. Digo isso, pois é uma realidade: a coisificação do ser humano. Durante oito
anos o material está em um lugar, depois pode ser removido para não atrapalhar
o andamento dos negócios. Certos ou errados, os responsáveis pela remoção de
cerca de mil famílias removeram, na verdade, mais ou menos cinco mil parafusos
não-rentáveis. Estou mentindo? Será que crianças acordam, num belo dia, e
decidem que querem morar num terreno ao qual não pertencem? Será que quando
elas nascem, já tem dom para o tráfico, revoltas entre outros males? Se a
resposta for não, porque todas estas pessoas são classificadas como tais e se
os são, não têm direito a uma segunda chance? Ou elas não são consideradas
pessoas? Quando assisti ao filme citado, vi, pela primeira vez, a palavra
“humano” ser citada várias vezes, mas não pelo fato de ser a espécie mais
privilegiada ou respeitada, e sim por ser a única fonte de lucro e que, além
disso, estava em extinção. O objetivo era capturar o resto e vender. Quanto
tempo falta para a “Era da Extinção” chegar? Talvez tenhamos chegado ou sempre
estivemos inerentes e sistematizados a ela.
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