A política dos governadores consistia na troca de
favores entre as oligarquias estaduais e o governo federal. O grupo de grandes
fazendeiros (coronel) que comandavam o poder estadual deveria apoiar totalmente
o governo federal, e em troca o governo federal garantia a vitória eleitoral
daquele ligado aos fazendeiros. Sendo assim só ganhava as eleições aqueles que
estavam a favor da situação já que os que eram da oposição eram impedidos de
ganhar. Surgiu então uma espécie de “máquina eleitoral” que garantia a
permanecia de grandes famílias oligárquicas no poder.
“Sendo função social antes que direito, o voto era concedido
àqueles a quem a sociedade julgava poder confiar a sua preservação. [...] Mas,
não vindo acompanhado por expansão significativa da cidadania política,
resultaram em entregar o governo mais diretamente aos setores dominantes, tanto
rurais quanto urbanos.” (CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados. O Rio
de Janeiro e a República que não foi. 3ª Ed. São Paulo: Companhia das Letras,
1989. pp. 43-46.).
Como consequência da politica dos governadores surgiu a politica do café-com-leite. Um
tipo de “acordo” que aconteceu durante a República Velha, baseava-se em ora
deixar no poder um governante de São Paulo e ora um de Minas Gerais. Essa política vai de encontro com o
coronelismo. Como
os coronéis concediam “favores” aos seus trabalhadores, em troca exigiam total
submissão política, ou seja, os coronéis acabavam escolhendo candidatos da
política café-com-leite, e além de concentrar suas decisões no sentido de
proteger os negócios dos
latifundiários, eram concedidos a eles regalias, cargos públicos e
financiamentos.O nome se deve ao fato
que São Paulo era o maior produtor de café e Minas, além de produzir bastante
leite (não era o maior produtor), sua culinária se baseava muito nele.
Ambos Estados era muito
populosos, São Paulo era o de maior força política, entretanto Minas possuía o
maior número de eleitores.
Embora
o “acordo” tenha sido entre São Paulo e Minas houve algumas falhas sendo eleito
uma vez ou outra um candidato de outro estado. Mesmo quando essas “falhas” se
tornaram mais frequentes, estando no poder um político de outro Estado, o poder
contou com o apoio e influência das províncias de São Paulo e Minas Gerais. A
aliança acabou quando São Paulo indicou ao cargo outro paulista em vez de um
político mineiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário