Relato da Greve nas Instituições Federais do País
Já são mais de 51 instituições que aderiram à mobilização
convocada pelo Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (ANDES-SN),
juntamente com os docentes em mais de 60% das universidades já foram
deflagradas greves estudantis.
A categoria docente reivindica uma carreira única, com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, tendo uma variação de 5% entre níveis a partir do piso para um regime de 20 horas ( que corresponde ao salário mínimo do Dieese, atualmente calculado em R$ 2.329,35), e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho. Os professores também querem a valorização e melhoria das condições de trabalho dos docentes das instituições federais de ensino e o atendimento das reivindicações específicas de cada instituição, a partir das pautas de elaboradas localmente.
Infelizmente, os cortes de quase 5 bilhões no orçamento da educação nos últimos dois anos jogam contra o projeto de universidade que queremos e defendemos. As consequências desta nefasta política econômica, que no ano passado destinou 49% do orçamento da União para o pagamento de juros e menos de 5% do seu PIB(Produto Interno Bruto) para a educação foram responsáveis por estrangular problemas históricos da educação brasileira. O resultado desta política imposta ao país pelos banqueiros traz limitações ao processo de expansão da universidade, gerando obras paralisadas, filas gigantes nos restaurantes universitários, congelamento na contratação de professores e investimento incipiente em pesquisa e extensão. Estes problemas decorrem da histórica lógica de “universidade para poucos”, que perdurou no nosso país por mais de um século e impediu que a instituição se preparasse para receber os jovens das classes populares de nosso país.
Para superar essas dificuldades, é fundamental ampliar substancialmente o financiamento da educação e, além disto, discutir a que projeto de país deve servir a universidade: de um lado um modelo elitista, que preserva as contradições históricas de nossa sociedade; de outro, uma universidade popular, pintada de todas as cores e com os olhos voltados para o desenvolvimento da nação.
Para isso exigimos do governo 10% do PIB(Produto Interno Bruto) para a Educação Publica, queremos uma Universidade Publica, Popular e de Qualidade!
Lavras - MG, 09 de Junho de 2012.
Por Lucas Vinicius Ferreira Antonio
Diretor de Movimentos Sociais da UEE - MG
Coletivo Quilombo - EPS - PT
Contatos: (35)91185966
E-mail: lucas.marraum@gmail.com
GREVE: Por que isto é importante?
O Ensino Público
Superior Federal sempre foi sinônimo de qualidade em educação no Brasil, apesar
de nas últimas décadas as universidades federais terem sofrido com a falta de
verba para suas atividades e de valorização da carreira acadêmica. Esses
fatores têm contribuído para a redução na qualidade do ensino, principalmente
pelo fato dos professores mais produtivos, valorizados no mercado e
desvalorizados na universidade, estarem saindo em busca de condições mais justas.
Por outro lado, a geração de doutores que o Brasil vem formando nos últimos
anos tem demonstrado pouco interesse no ingresso na carreira acadêmica por
conta dos motivos já citados, dificultando a renovação do corpo docente. A
continuidade deste quadro favorece que o ensino superior venha a se tornar,
assim como o ensino fundamental e médio, sinônimo de baixa qualidade, e que
apenas através do ensino privado os brasileiros possam ter acesso a educação de
qualidade.
Não existe país
desenvolvido sem forte investimento em educação! Não existe bom profissional
(médico, engenheiro, arquiteto, etc.) sem um bom professor na universidade. É
preciso que o Brasil volte a investir em educação para que seu desenvolvimento
seja sólido e constante. Existe um projeto de lei em desenvolvimento pela
Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Câmara Federal para garantir que 10% do
PIB sejam investidos em educação. Hoje no pais são investido menos de 4% do PIB na educação
publica.
É preciso pressionar
o governo para que essa lei seja aprovada, pois ela pode garantir a verba
necessária para solucionar graves problemas existentes hoje, que culminaram com
uma forte greve nacional das IFEs, iniciada no dia 17 de maio e que hoje já
paralisa as atividades em 48 Instituições Federais, sendo 43 Universidades das
59 Universidades Federais Brasileiras. Ainda em Junho 100% das universidades
brasileiras podem parar suas atividades, uma vez que os indicativos de greve
por tempo indeterminado das universidades ainda em atividade serão votados até
dia 15.
O Ministro da
Educação Aloísio Mercadante interrompeu as negociações do GT Carreira alegando
que o governo não negocia com entidades em greve. Nem no regime militar isso
aconteceu no Brasil!
Matéria retirada de http://ocupanciaufrj.blogspot.com.br/
Imagem 1:Mapa
construído conforme lista dos informes oficiais do ANDES [www.andes.org.br] e das
notícias mais atuais sobre a greve dos docentes das instituições federais.
Hoje no Brasil a
grande descaso com a educação e com os profissionais, e agora quase todas as
universidades estão em greve querendo maior condição de trabalho, propostas
melhores de trabalho. Elas querem que o governo brasileiro pense mais na
educação e parem de excluir os professores do modo que acontece hoje no país,
os professores são esquecidos, ganham muito pouco, mesmo sabendo que sem eles
não existiria engenheiros, médicos, entre outros profissionais.
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